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NOSSOS PROJETOS

CINEMA DOCUMENTÁRIO

Tudo sobre Rodas

Um filme de Sérgio Bloch

“ (...) a rua é o local do castigo, da “luta” e do trabalho. Numa palavra, é o local daquilo que os brasileiros chamam de ‘dura realidade da vida’. A rua como categoria genérica em oposição a casa, é o local público, controlado pelo “Governo” ou pelo destino, essas forças impessoais sobre as quais nosso controle é mínimo “.

Roberto Da Matta

Apresentação

Muitas pessoas, em diversas cidades do país, ganham a vida exercendo suas atividades profissionais pelas ruas. São autônomos, sem vínculo empregatício ou qualquer segurança social, movimentando a grande economia paralela que representa quase metade da renda nacional. O trabalho informal responde, hoje, no Brasil, por mais de trinta milhões de empregos. Destes, cerca de 15% são realizados em vias públicas.

O documentário de longa-metragem Tudo Sobre Rodas investigará o universo de personagens que, utilizando-se de algum veículo movido à tração humana, executam seu trabalho pelas ruas das capitais brasileiras.

Finalizado em 35mm, o filme irá explorar a relação entre o movimento da roda e o cotidiano dos personagens, constantemente levados a utilizar sua capacidade de improviso para enfrentar as adversidades do cotidiano na rua.

A produção de um documentário requer uma equipe relativamente pequena, se comparada a ficção. Ela é formada basicamente pelo diretor, produtor, pesquisadores, assistentes de direção e produção, fotógrafo, câmera, assistente de câmera, técnico de som, montador, finalizador de imagem e de som, além de outros profissionais envolvidos nas etapas de finalização (técnicos de laboratório, marcadores de luz, etc), e distribuição do filme.

Justificativa

Uma das grandes fontes de inspiração para meu trabalho tem sido a relação entre trabalho informal e ambiente urbano, o que já pode ser observado em meu primeiro filme, o média-metragem Burro-Sem-Rabo, onde investigo o dia-a-dia dos catadores de papel da cidade do Rio de Janeiro. Quatro anos depois realizei Olho da Rua, onde apresento um extenso painel de trabalhadores que se apropriam do espaço público, transformando-o em atelier, palco, oficina, barracão ou balcão. Com Tudo Sobre Rodas pretendo encerrar a trilogia, desta vez, porém, com o foco sobre o universo daqueles que dependem da 'roda' para exercer seu ofício.

Nos últimos anos, o documentário tem conquistado boa parcela do mercado cinematográfico e televisivo, sobretudo depois de iniciativas como o Doc TV - uma parceria do Ministério da Cultura e das TVs Educativas de todo o Brasil - bem como incentivos de canais da televisão a cabo. O cinema documental é o gênero que mais cresce no país, tanto em termos de produção quanto em público.

Objetivos

Ao retratar o universo de personagens reais que vivem do trabalho informal, Tudo Sobre Rodas destaca da paisagem urbana a imagem do homem comum que enfrenta com garra e criatividade o dia-a-dia das ruas para se sustentar e a sua família. A intenção é apresentar cada personagem em todas as suas nuances, buscando entender em profundidade suas motivações e evitando a abordagem simplista que normalmente é utilizada pela mídia ao tratar do assunto. Para tanto contaremos com pesquisadores de cada local, para nos ajudar a encontrar, no meio da paisagem caótica do espaço urbano, aquele personagem que melhor retrata as particularidades daquela região, tanto no aspecto cultural quanto econômico.

A idéia é que cada uma das figuras escolhidas seja flagrada durante o trajeto que faz diariamente em sua jornada de trabalho. Até mesmo as entrevistas, sempre que possível, serão realizadas durante o percurso. Isso permite que o espectador observe o que os personagens fazem para chamar a atenção da clientela, e o esforço exigido no corpo-a-corpo diário com o trânsito, na contra-mão dos pedestres.

Procurando imprimir uma linguagem direta, eliminarei qualquer locução que possa dirigir ou limitar o olhar do espectador, deixando aos personagens a tarefa de se apresentar, contar como vivem, o que pensam do país e da vida, em geral. Tudo Sobre Rodas tem como principal desejo levar ao espectador um pouco deste universo ruidoso, cheio de poeira e fumaça, mas pleno de humanidade.

A seguir, quatro personagens, frutos de uma pesquisa preliminar.

Marialva

Marialva é baiana, de Salvador: “Não conheço canto nenhum pra lá de Feira de Santana" - ela diz, enquanto me serve uma xícara de cafezinho, que vende na rua há quase três anos. "Eu trabalhava em casa de família, mas acabei resolvendo ficar por minha conta. Empurrando o carrinho, eu ganho melhor e não tenho que agüentar patroa". Para chamar a atenção sobre sua figura, Marialva fez construir um animado 'frevo-elétrico', onde ela carrega suas garrafas de café. "A gente tem que aparecer de alguma forma, senão o freguês não vem".

O caminhãozinho, movido a bateria, tem caixas de som e luzes que piscam. Criando dois filhos sozinha, desde que ficou viúva, Marialva não parece de mal com a vida. "O mais importante é que meus filhos estão bem e eu tenho saúde para criá-los. O sustento Deus dá e, se faltar, Nossa Senhora empresta" - ela diz e parte sorrindo.

Alá

Devido a um grave acidente de moto e depois de um longo período de convalescença. Alarico, mais conhecido como ALÁ, acabou tendo sua perna amputada. O fato, embora trágico, não abalou o seu desejo de viver. Assim que pôde se levantar, começou a andar de patins, primeiro em casa, depois na rua, no início com a ajuda de muletas. Mas foi como ciclista que ficou mais conhecido: Alá participa de torneios nacionais e internacionais, disputando com atletas veteranos que possuem duas pernas, nas categorias mountain bike e street, Tendo conquistado vários títulos. Entre seus planos está desenvolver o cicloturismo no Brasil.

CCyclophonica

SSegundo seu criador o engenheiro e Músico Leonardo Fucks, CYCLOPHONICA é uma modalidade a artístico-esportiva, onde interagem a música, a ginástica e a apreciação da paisagem. "A pproposta é a de um novo conceito de orquestra, onde os músicos pedalam, ao mesmo tempo em q que executam uma obra. Tanto as bicicletas quanto os instrumentos musicais foram c concebidos especialmente para que as duas tarefas possam ser executadas com habilidade". nNas apresentações, sempre realizadas livre, a platéia é convidada a acompanhar os músicos, sseja caminhando, pedalando, sobre skates, patins ou quaisquer outros veículos. Executando de cclássicos a canções populares brasileiras, a Cyclophonica vem se apresentando em eventos

p públicos, sempre despertando enorme simpatia.

ao ar Raimundo

RAIMUNDO trabalha como bici-táxi em Afuá, cidade localizada às margens do Rio Amazonas, totalmente construída sobre palafitas. "Água aqui é que num falta. O que falta é só dinheiro".

Ali só se chega de barco e, por isso, não existem carros, o que faz com que seus cerca de 24 mil habitantes utilizem principalmente a bicicleta como meio de transporte. "Tem mais bicicleta que cidadão em Afuá", garante Raimundo. A economia da cidade gira em torno da pesca do camarão, da extração de madeira e de palmito do açaí. Nos meses de inverno, durante a maré alta, a água encobre o cemitério e a pista de pouso, obrigando o piloto a telefonar todos os dias para checar se a pista não está submersa. "Toda vez que o avião pousa, o piloto se benze umas dez vezes" - brinca Raimundo.

Parcerias

A ABBAS Filmes está no mercado audiovisual desde 1997, tendo produzido cinco filmes, sendo um longa, um curta e três médias-metragens. Os projetos realizados pela produtora tiveram o apoio ou o patrocínio das seguintes empresas e instituições: Distribuidora Riofilme; Petrobrás; Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Jan Vrijman Founding (fundação holandesa de apoio ao cinema documental); Rioarte; Aliança Francesa; Artemídia Empreendimentos; Apsa Condomínio e Imóveis; Le Meridien Hotel; PRONEP; entre outros.

Plano de Comunicação

O plano de divulgação de Tudo Sobre Rodas se baseia na estratégia comumente utilizada pelos produtos audiovisuais. Serão confeccionados cartazes, postais e convites, além de websites e outros materiais de promoção. A difusão em canais de TV também está programada. Outros filmes realizados pelo diretor deste projeto foram exibidos em canais de TV abertos e à cabo.

A participação do documentário em festivais e mostras será, sempre que possível, acompanhada pelo diretor, que apresentará o filme e participará de debates sobre o tema.

Exibições públicas em dez cidades que tenham sido cenário do filme estão previstas, a fim de permitir que pessoas que não tenham acesso ao cinema assistam a uma produção audiovisual brasileira que espelha a realidade do seu cotidiano.

Plano de Patrocínio

O orçamento está dividido em quatro cotas, cada uma referente a 25% do valor total do projeto. As empresas podem participar com quantas cotas desejarem. Os espaços de divulgação da marca das empresas em todo o material promocional do filme, será proporcional ao incentivo oferecido pelas mesmas, conforme está detalhado no item a seguir.

Contrapartida

As marcas dos patrocinadores serão veiculadas no filme e em todo material gráfico desenvolvido para o Projeto, na forma sugerida abaixo:

a) Aplicação da assinatura dos patrocinadores na primeira cartela do início do filme, seguida da palavra APRESENTA;

b) Aplicação da logomarca dos patrocinadores no trailler do filme;

c) Aplicação da logomarca do patrocinador nos cartazes e/ou banners; folders; capas de VHS, DVD e/ou CD; anúncios de jornal; em todo e qualquer material promocional e de divulgação que venha a ser confeccionado;

d) Aplicação da assinatura dos patrocinadores, seguida da palavra APRESENTA, na home page de divulgação do projeto, contendo link para o site das empresas (incluindo a possibilidade de colocação de banners, selos e pop ups); assim como possibilidade de divulgação do site do projeto, com link, no site das mesmas;

e) Inserção de texto "(Empresa ou empresas) convida(m)", assim como aplicação das logomarcas dos patrocinadores em todos os convites para pré-estréias do filme;

f) Locução "(Empresa ou empresas) apresenta(m)" no início de spots (rádio) e filmes publicitários para TV;

g) Cessão de 50 convites duplos para a pré-estréia;

h) Cessão de 100 fitas VHS do filme e de 100 unidades de cada produto derivado do filme, como DVD, ou qualquer outro que venha a ser produzido;

i) Possibilidade de realização de uma sessão exclusiva para funcionários das empresas;

j) Menção das empresas patrocinadoras nos press books, releases e em todas as entrevistas concedidas

sobre o projeto.

O filme está aprovado em duas leis de incentivo à cultura, sendo R$ 400.000,00 pela Lei do Audiovisual (Lei n° 8.685/93) e R$ 448.016,55 pela Lei Rouanet (Lei n^o. 8.313/91), totalizando R$ 848.016,00, que corresponde ao valor permitido para a captação.